Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e tua casa.” — Atos 16.31
Vivemos em um tempo em que o ser humano confia demais em si mesmo. As pessoas acreditam que podem resolver seus problemas com força de vontade, disciplina, filosofia ou religião. Em busca da salvação — ainda que nem sempre usem essa palavra —, muitos tentam encontrar paz, perdão e sentido por meio de boas ações, espiritualidade genérica ou méritos pessoais. Contudo, a Bíblia é clara: nenhum esforço humano é suficiente para salvar o homem do pecado.
Em Atos 16, encontramos o carcereiro de Filipos — um homem endurecido, acostumado com a violência e a obediência cega à autoridade — de joelhos diante de Paulo e Silas, perguntando: “Senhores, que devo fazer para ser salvo?” (At 16.30). Essa é a pergunta mais importante que alguém pode fazer. E a resposta é simples, direta e eterna: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo.”
Essa declaração desmonta todas as tentativas humanas de alcançar a salvação por meios próprios.
O homem religioso tenta ser salvo pela moralidade — cumpre ritos, faz promessas, pratica boas obras —, mas continua vazio.
O racionalista tenta ser salvo pela razão — acredita que o conhecimento liberta e que o homem pode se aperfeiçoar pela educação —, mas continua perdido.
O místico tenta ser salvo pela experiência — busca sensações, êxtases, espiritualidade —, mas continua preso ao pecado.
Todos esses caminhos têm uma coisa em comum: começam com o homem e terminam no fracasso.
O evangelho, porém, começa em Deus.
A salvação não é uma conquista, mas um presente.
Não é o resultado de um método, mas o fruto da graça.
O que Deus pede não é esforço, mas fé; não é pagamento, mas rendição.
Crer em Jesus é reconhecer que Ele é o Senhor — não apenas um mestre moral, mas o Salvador divino que tomou o nosso lugar na cruz, carregou nossos pecados e ressuscitou para nos dar vida eterna. Crer é descansar na obra consumada de Cristo, é abandonar toda autoconfiança e confiar totalmente em Seu sacrifício. É admitir: “Eu não posso, mas Ele pode.”
A salvação não é alcançada pela soma das boas ações, nem perdida pelo acúmulo de más. Ela é dom de Deus (Ef 2.8–9).
É como se o carcereiro representasse todos nós — aprisionados, culpados e sem saída. Mas, diante da Palavra, ele entende que não precisa abrir as portas da prisão, e sim do coração. E quando crê, a libertação chega — não só para ele, mas para sua casa.
Os métodos humanos sempre começam com o verbo “fazer”: “faça o bem”, “siga as regras”, “alcance seu potencial”. O evangelho começa com o verbo “crer”. O primeiro depende de nós; o segundo depende de Cristo. Por isso, Paulo não disse “faça” ou “melhore”, mas “creia”.
Ser salvo é confiar inteiramente em Jesus, é reconhecer que Ele é o Senhor da vida e o único caminho para o Pai. Tudo o que tentamos construir fora dessa fé é areia movediça — o orgulho disfarçado de virtude. Mas quem crê, esse é firmado na rocha.
Hoje, a mesma pergunta ecoa: “Que devo fazer para ser salvo?”
E a resposta continua a mesma: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo.”
Não é religião, não é filosofia, não é emoção — é fé viva em Cristo morto e ressuscitado.
Porque no fim, não seremos salvos pelo que fizemos por Deus, mas pelo que Deus fez por nós em Cristo Jesus.
